terça-feira, 22 de novembro de 2011

Beber e dirigir - Ato de um homicida!

Há alguns instantes me peguei pensando porquê essa coisa toda de beber e dirigir me incomoda tanto...

Minha habilitação para dirigir é nova... Tem pouco mais de um ano...
Só tirei a habilitação por insistência da minha mãe e por ter tido uma filha. Não aguentaria andar para todos os lados de ônibus com ela e também não aguentaria a todo momento ter que pedir para que alguém nos levasse.

Adorei...
Tive um instrutor maravilhoso, paciente e a sorte de poder emprestar o carro da minha mãe para, depois de conseguida a permissão, treinar.
Nunca dirigi sem habilitação... Diferente de muita gente que vejo por aí... Meninos e meninas de 14, 15, 16 anos, pegando os carros dos pais, dos tios, com ou sem autorização, tirando rachas, provocando acidentes...
O mais recente foi em Araçariguama, interior paulista, próximo à Sorocaba e São Roque. A menina alega que não era ela quem estava dirigindo e sim o dono do veículo, que atropelou 6 pessoas SOBRE A CALÇADA e deixou uma criança, uma menina de 4 anos no hospital com fratura exposta na perna.

Ninguém se feriu gravemente, ninguém em risco de morte e todas as testemunhas apontam a menina de 16 anos como a pessoa que conduzia o veículo, naquela tarde de domingo, onde a criança ferida, o pai e 2 irmãos iam comprar o almoço.

As imagens são claras, muitas fotos foram tiradas e será executada perícia no local... Mas, a foto do banco do motorista, não me sai da cabeça...
Que tipo de homem, adulto, dirige com o banco naquela posição?
Tão próximo ao volante, com o encosto das costas totalmente reto? A mim parece óbvio que era a menina quem dirigia... E hoje ela ainda teve a capacidade de dizer que só dirigia para levar o pai ao médico ou os irmãos... UMA MENINA DE 16 ANOS!!!
Ela não deve, não pode, sentar no banco do motorista, ligar o veículo e sair por aí. Isso é consciência e respeito ao próximo.

Lá, nos Estados Unidos da América, a partir dos 16 anos é permitido dirigir... Mas também a partir dos 16 anos se é responsabilizado criminalmente. A lei é aplicada à crianças que cometem atrocidades... Elas não vão para reformatórios (aqui a nossa "Fundação Casa") se o caso for extremo, como um sociopata ou um psicopata que matou a família, os vizinhos e afins, como fez a Suzana...

Aqui, a permissividade é tão grande que todo mundo pode tudo... Ninguém é punido.
Pobre amarga na cadeia por algo que, muitas vezes, não fez, mas que foi acusado de tal. Rico paga advogado chique e sai sob fiança 'porque não foi preso em flagrante'. Deputado, vereador, senador recebe auxílio paletó pra se vestir bem quando for executar seu trabalho na Câmara, na Assembléia, onde seja.
Menor de idade que mata e rouba vai pra Fundação Casa...
Quem bebe e dirige, se não se mata ou dá a sorte de não matar ninguém mas é pego na blitz, sopra o bafômetro (se quiser, porque não pode fornecer prova contra si) ou é avaliado por um médico ou pelos policiais que o abordaram para dizer se vai ou não pagar uma multa de quase R$ 1000,00, mas, no máximo, perde a carteira por um ano.

Se matar terceiros, ainda pode recorrer e tentar alegar homicídio culposo, sem intenção de matar, pega no máximo 4 anos... Isso se não cumprir pena alternativa...

Se for o próprio motorista a morrer, é a família quem sofre e quem paga os danos a terceiros, se houver...

Pra quê tudo isso?
Necessidade de auto-afirmação?

Descobri porque me sinto tão inflamada por este assunto...
Meu pai sempre bebeu, desde que eu me entendo por gente... Um dia sofreu um acidente de carro, ele era o menos alcoolizado.
Ele e um amigo (mais travado que ele na bebida) voltavam de uma festa, sei lá... Bateram o carro em um poste, em uma rua pouco movimentada onde, por acaso, naquele momento, passou uma viatura de polícia que os encaminhou ao pronto socorro mais próximo.
Eu devia ter por volta de 7 ou 8 anos de idade, não me recordo direito...
Saíram cacos de vidro do olho dele durante 7 anos, após o acidente, todas as cicatrizes estão ali... No olho dele e na minha mente...

Por que eu sentia tanto medo de dirigir antes de ser, de fato, necessário? Por isso!

Por essa necessidade estúpida que as pessoas têm de querer se mostrar mais que os outros quando estão atrás de um volante. Não fico atrás... Sou meio afobada, mas me controlo... Nunca tomei um gole de cerveja, vinho, espumante, drink o que seja, se estivesse dirigindo. Não pretendo mudar isso, por saber dos perigos da perda de reflexos.

E não adianta dizer que uma só latinha, meia taça de vinho não provocam alterações... Pois provocam sim!

Então, por amor a si e ao próximo, eu peço: Não bebam se estiverem ao volante... Protejam-se e protejam aos outros, que não tem culpa de cruzar o caminho de um motorista alcoolizado.

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